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Entrevista | Leandro Sorgato roda SC para decidir sobre candidatura a federal em 2022

Por: Marcos Schettini
26/10/2021 16:42
Peterson Vivan

Competência demonstrada nas gestões da Uceff Faculdades e Cervejaria Lassberg, Leandro Sorgato tem rodado várias regiões de Santa Catarina para ouvir os anseios dos catarinenses e então decidir se entra definitivamente na vida pública. Filho do ex-deputado estadual Gelson Sorgato, o empresário tem sido motivado por lideranças do MDB a disputar as eleições de 2022 por uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Com compreensões relevantes do atual cenário nacional e catarinense, Leandro Sorgato concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e falou dos motivos e objetivos que devem empolgar uma possível candidatura no ano que vem. Ainda, deu um panorama do ensino superior, apontando os desafios da juventude brasileira, e comentou sobre Carlos Moisés e Jair Bolsonaro. Confira:


Marcos Schettini: O senhor é um empresário de sucesso e quer mergulhar na política. Por quê?

Leandro Sorgato: Nasci em uma família política. Meu pai, Gelson Sorgato, você e Santa Catarina conheceram o trabalho dele, foi prefeito de Xaxim e deputado estadual quatro vezes, contribuiu com o povo do Oeste, gerou muitos benefícios para o nosso Estado e debateu grandes temas, encarou várias lutas em defesa do homem do campo, do setor produtivo e do trabalhador. Vi de perto o empenho que ele dedicou em favor das pessoas e a atenção especial destinada para a nossa região Oeste, muitas vezes esquecida por quem está no poder. A luta das nossas lideranças daqui, é dupla. Parece que a distância da capital do Estado nos impõe um esforço redobrado para as coisas acontecerem na nossa região, mesmo com tantas potencialidades. Entendo que parte deste problema se enfrenta com uma representatividade política maior e mais qualificada. É neste sentido que meu nome vem sendo ventilado e que me faz querer contribuir.

Schettini: Como assim?

Leandro Sorgato: Nossa região é protagonista em várias áreas. Uma região produtiva e inovadora, com um povo empreendedor, trabalhador e de enorme potencial. Mas tenho a convicção de que podemos ir além, podemos muito mais. O fato de estarmos longe do centro das decisões nos impõe ainda mais responsabilidade em sermos criteriosos na escolha das lideranças que devem nos representar em Florianópolis e, em Brasília, pois a boa representatividade não se resume apenas à quantidade de parlamentares, mas à qualidade dessa representação. Minha impressão é que podemos e merecemos avançar nesse aspecto nas próximas eleições.


Schettini: O chamado fundo de quintal prejudicou o Oeste?

Leandro Sorgato: Não abalou nossa força e determinação, e mesmo assim fizemos muito. O fato é que por muitas vezes somos esquecidos ou deixados em segundo plano, o que reduz nossa capacidade de entregar todo o potencial que temos. Líderes como Aury Bodanese, Plínio Arlindo De Nês e Mário Lanznaster, dentre outros, foram visionários e superaram essas barreiras. Cada um em seu tempo, realizaram grandezas, fizeram do homem do campo um cidadão respeitado, valorizado, presente na economia. São exemplos, para citar alguns, que honraram a nossa região.


Schettini: O MDB está no governo Moisés. O que implica?

Leandro Sorgato: Somos um partido responsável, com um leque de líderes jamais vistos em outras siglas, sem desrespeitar nenhum deles. Depois da era LHS, que mudou o antigo jeito de gestão para a modernidade, que colocou acessos asfaltados, ligando municípios, tirando o barro e a poeira que impedia o desenvolvimento, ganhamos velocidade. O MDB contribui com a governabilidade do Estado, porque entende a importância deste seu papel em um momento de grandes desafios pelo qual o país vive. Como partido que tem no seu DNA o diálogo e a moderação, acredito que é uma postura responsável para o momento. Mas entendo que para um próximo ciclo de gestão, o MDB tem à disposição grandes líderes para oferecer ao Estado, retomando seu protagonismo.


Schettini: O que o senhor vê no governo Moisés?

Leandro Sorgato: Ele foi o resultado do descontentamento do eleitor com o sistema político, que deu sinais claros de cansaço a partir das mobilizações iniciadas em 2013 com as passeatas em todo o Brasil. Foi beneficiado por este movimento que culminou na eleição de Bolsonaro em 2018 e chegou ao posto de governador. Num primeiro momento, manteve-se isolado e distante dos demais setores da sociedade. Cometeu equívocos administrativos e políticos, se fragilizou e teve sua gestão questionada. Depois, retornou com mais humildade, aberto ao diálogo e com uma mudança de postura nas relações e ações de governo. Não consigo medir como a opinião pública e o eleitor percebem esse movimento. Acho que o governador tem equipe, recursos e um tempo razoável para trabalhar. Mas entendo que, independente deste cenário, o MDB, com a grandeza dos seus líderes, deve assumir o protagonismo do Estado de Santa Catarina.


Schettini: Como olha o governo federal?

Leandro Sorgato: O governo federal está em uma situação delicada. Por um lado, a gestão iniciou sinalizando uma série de medidas necessárias para a modernização do país, como por exemplo algumas mudanças na política macroeconômica, simplificação da máquina pública e desburocratização. Em que pese as dificuldades da pandemia, por outro lado, me parece que esbarrou em três aspectos que o fragilizaram. Um deles é a baixa capacidade de articulação, aprovação e execução de obras necessárias na ponta, ou seja, muitas demandas reprimidas nos municípios, nas regiões, que não estão ocorrendo. O segundo aspecto diz respeito à baixa resolutividade das medidas econômicas, uma vez que o Brasil mantém altos índices de inflação que torna o custo de produção e de vida muito alto. E o terceiro, a postura e a comunicação do presidente em muitas situações causa atritos prejudiciais ao País, uma vez que gera instabilidade e insegurança tanto no empreendedor quanto no conjunto da população. Reverter este quadro demandaria uma mudança de postura expressiva.

Schettini: O senhor pretende concorrer a deputado federal? Por qual motivação?

Leandro Sorgato: Importante dizer que meu nome surge no cenário político de forma natural, e não como algo impositivo ou provocado por mim. Aliás, é algo que nem surge agora. Já nos últimos pleitos, sejam eles gerais ou municipais, tenho sido estimulado por vários segmentos a encarar as urnas e contribuir para uma gestão pública mais moderna e eficiente, a partir das minhas experiências como empreendedor e gestor educacional. Inclusive com convite de outras siglas partidárias. Tenho declinado por entender que não era o meu momento. Mas após a nossa participação na articulação e coordenação da campanha do Cleiton Fossá, para prefeito em Chapecó, onde atingimos o segundo lugar com chapa pura e consolidamos nossa força política, novamente tenho sido motivado a concorrer nas eleições de 2022, desta vez para a Câmara Federal. Tenho visitado várias lideranças nos municípios da região e conversado com diversos segmentos para, neste momento, ouvir mais do que falar. Meu sentimento é que nosso projeto se conecta com muitos anseios da nossa região e dos nossos municípios, que precisam ampliar sua representatividade frente a tantas pautas; com os anseios da educação e da nossa juventude, que precisa cada vez mais de oportunidades; com os anseios do agronegócio e do nosso agricultor, que depende de uma série de investimentos e suporte para potencializar sua produção; com os anseios da população que espera por gestores públicos mais modernos, inovadores e conectados com os novos tempos. É isso tudo que me motiva a seguir dialogando com a sociedade, e no momento certo vamos avaliar e tomar a melhor decisão.


Schettini: Qual o papel das redes sociais nas eleições do ano que vem?

Leandro Sorgato: Eu ainda acredito que a política se faz muito olho no olho, no aperto de mão. Eu, particularmente, gosto do contato presencial, de estar com as pessoas. Ao mesmo tempo, é inegável o poder das redes sociais nas últimas campanhas, e assim será nas próximas. As redes sociais são o novo “palanque”. Elas são importantes tanto para os candidatos se comunicarem com os eleitores, quanto para o eleitor acompanhar e interagir com seu candidato. É uma via de mão-dupla. Um instrumento fundamental da democracia atual. Mas também tem seus problemas, especialmente a disseminação de fake news por pessoas de má fé, o que destrói reputações. Entendo que o uso das redes sociais é obrigatório em uma campanha eleitoral, mas com ética e respeito.


Schettini: Como o senhor olha o ensino superior?

Leandro Sorgato: Com os melhores olhos possíveis. Embora a frieza das autoridades, as universidades e o ensino privado tem se esforçado para dar garantias de ciência e intelectualidade aos alunos. O Brasil é uma potência de juventude e conhecimento. Não se aproveita todo o potencial da nossa juventude que busca, cria, se empenha. O governo precisa levar a Educação a sério. Não é aqueles 25% do orçamento. Mas gerar mais oportunidades de futuro. Investir em tecnologia, laboratórios de empreendedorismo, criar saídas para que todos possam escolher seu futuro. O Brasil precisa acreditar mais na sua juventude e gerar condições para que a juventude não seja o futuro, mas o presente do País. Tenho convicção que a Educação é o melhor investimento para transformar indivíduos em cidadãos.

Schettini: Como o senhor enxerga o Brasil?

Leandro Sorgato: Acredito muito no Brasil. É um país com grandes potencialidades, a começar pelo nosso povo. Me parece que as pessoas fazem a sua parte, seja o setor produtivo, seja o trabalhador. Mas temos um país ainda pesado na sua máquina pública e no modelo de gestão defasado, que muitas vezes mais atrapalha do que ajuda. Talvez o Brasil precise avançar um pouco em maturidade na escolha dos seus governantes, para que todo nosso potencial seja aproveitado e nos faça um País ainda maior e melhor.


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